1. Detetive Santos, qual é a principal demanda que leva as pessoas a procurarem um detetive particular hoje?
A maior procura ainda é para investigações conjugais. A dúvida sobre fidelidade no relacionamento é o que mais motiva clientes a buscar nossos serviços.
2. A infidelidade conjugal continua sendo o maior motivo de contratação do seu trabalho?
Sim, sem dúvida. Mais de 70% das demandas estão relacionadas a traições e adultério.
3. Quais são os sinais mais comuns que levam um cônjuge a desconfiar de traição?
Alterações de rotina, uso excessivo do celular, distanciamento emocional, falta de interesse sexual e mudanças de comportamento repentinas.
4. O senhor acredita que a tecnologia facilita ou dificulta as traições?
Ela facilita as traições, mas ao mesmo tempo nos dá meios de investigação mais sofisticados. Redes sociais e aplicativos de mensagens são, hoje, um grande foco de análise.
5. Quais ferramentas tecnológicas são usadas em uma investigação conjugal?
Utilizamos rastreadores autônomos, câmeras ocultas, minigravadores, softwares de monitoramento e técnicas de análise digital. Sempre dentro dos limites legais.
6. É verdade que as provas coletadas por um detetive podem ser usadas em processos judiciais?
Sim. Desde que obtidas de forma legal, nossas provas são aceitas em processos de divórcio, guarda e até em ações patrimoniais.
7. Existe diferença entre investigar um homem e investigar uma mulher em casos de infidelidade?
Existe. Homens tendem a ser menos discretos, enquanto mulheres costumam ser mais cuidadosas. Isso muda a estratégia de acompanhamento.
8. Quais são as etapas de uma investigação conjugal padrão?
Primeiro, ouvimos o cliente para entender a situação. Depois, elaboramos um plano estratégico, realizamos a coleta de informações e, por fim, entregamos um relatório com provas documentais.
9. Quanto tempo, em média, dura uma investigação desse tipo?
Depende da complexidade. Alguns casos são resolvidos em poucos dias, outros podem levar semanas.
10. E quanto ao custo? Há um valor médio ou varia muito conforme o caso?
Varia bastante. Cada investigação é única. O valor depende da duração, deslocamentos, recursos tecnológicos e equipe envolvida.
11. O senhor já atuou em investigações internacionais relacionadas a adultério?
Sim, já conduzi trabalhos fora do Brasil. Clientes de alto padrão, muitas vezes, têm movimentações internacionais, e a investigação precisa acompanhá-los.
12. Como o senhor garante a discrição durante uma investigação?
Com planejamento. Utilizamos equipamentos discretos, técnicas de observação invisíveis e, principalmente, respeitamos o limite de exposição.
13. É possível que o investigado perceba que está sendo monitorado?
É raro, mas pode acontecer. Nosso objetivo é justamente evitar isso com técnicas de vigilância profissional.
14. Já houve situações em que o cliente desistiu ao longo da investigação?
Sim. Em alguns casos, a pessoa percebe que não está preparada para encarar a verdade e opta por interromper o trabalho.
15. Quais são as maiores dificuldades enfrentadas em campo?
O trânsito, as mudanças de rotina repentinas do investigado e os ambientes de difícil acesso.
16. O senhor já presenciou situações perigosas durante uma investigação?
Já sim. Algumas investigações exigem vigilância em áreas de risco, mas sempre priorizamos a segurança da equipe.
17. Como funciona a questão ética dentro da profissão?
Seguimos princípios legais e profissionais. Não podemos ultrapassar limites da privacidade ou usar meios ilícitos para coletar provas.
18. Existe algum limite que o detetive não pode ultrapassar em uma investigação?
Sim. Não podemos invadir domicílios, violar senhas de redes sociais ou utilizar grampos telefônicos ilegais.
19. A profissão é regulamentada no Brasil? Como funciona essa legalidade?
Sim, desde 2017, pela Lei 13.432. Essa lei define direitos, deveres e responsabilidades dos detetives particulares.
20. Há diferença entre um detetive particular e um investigador policial?
Com certeza. O detetive particular atua no setor privado, contratado por clientes. Já o policial investiga crimes no âmbito estatal.
21. As investigações conjugais são mais procuradas por homens ou por mulheres?
Atualmente, há equilíbrio. Mas noto que as mulheres têm buscado mais nossos serviços nos últimos anos.
22. Já houve casos em que o cliente estava completamente enganado sobre a suposta traição?
Sim, diversos. Muitas vezes a suspeita é infundada, e nosso trabalho ajuda a restaurar a confiança.
23. O que acontece quando o cliente recebe uma prova de infidelidade? Como é a reação mais comum?
O choque inicial é inevitável. Alguns decidem pelo divórcio, outros preferem o diálogo. Cada pessoa reage de uma forma.
24. E quando a investigação mostra que não existe traição, como o cliente reage?
Normalmente com alívio, mas também com um certo desconforto por ter desconfiado do parceiro.
25. O senhor já recusou algum caso? Por quê?
Sim. Recuso casos que envolvem ilegalidades ou quando percebo que o cliente tem outras intenções além da investigação conjugal.
26. O trabalho de um detetive pode evitar separações?
Pode. Em alguns casos, o cliente percebe que não havia traição, e isso ajuda a salvar o relacionamento.
27. Qual foi o caso mais marcante da sua carreira?
Foi uma investigação em que descobri que um marido mantinha uma vida paralela há mais de dez anos, inclusive com filhos fora do casamento.
28. Em sua experiência, a infidelidade é mais emocional ou física?
Vejo muito mais casos de traições físicas, mas as emocionais têm crescido bastante nos últimos anos, principalmente pela internet.
29. Existe um perfil típico de pessoas que traem?
Não há um perfil único. A infidelidade pode acontecer em qualquer classe social, idade ou profissão.
30. Para encerrar, qual conselho o senhor daria a quem desconfia da fidelidade do parceiro?
Não tire conclusões precipitadas. Busque informações concretas. Se a dúvida estiver lhe consumindo, contrate um profissional qualificado para investigar com ética e legalidade.
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Encerramento da Reportagem
Ao longo desta entrevista, o Detetive Particular Santos revelou que a profissão vai além dos clichês cinematográficos: exige preparo, ética e alta capacidade técnica. Nas investigações conjugais, o papel do detetive não é apenas flagrar uma traição, mas oferecer clareza, verdade e respaldo legal para que o cliente tome suas próprias decisões.
Entre dúvidas, certezas e descobertas dolorosas, o trabalho desse profissional se mantém como peça-chave em um universo onde a confiança é constantemente colocada à prova.
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